segunda-feira, 22 de junho de 2015

Solitude

Havia uma velha. Quando ela abria a boca fedia à merda, quando ela se mexia fedia à bosta. Eu a observava há horas, inalando seu odor. Ela me contava de uma prima que tinha prometido levá-la a igreja no domingo passado. Eu pensei, que bom que ela não levou, porque a igreja ia ficar impestiada com o futum da velha. Havia um resto de comida em sua boca, estava lá por horas. Intacto. Fiquei imaginando que horas aquele pedaço de comida velha ia cair.... na hora que ela bebesse um copo d'água? Na hora que ela fosse dormir? Ou alguém que realmente se importasse com algo iria limpar da cara da velha aquela porcaria? Seu olho remelento me encarou, senti um frio na espinha. Velha escrota. Ela me disse: Me leve para fora, agora! Vamos, vamos! Eu empurrei sua cadeira de rodas até o jardim, o sol tocava suavemente o chão. Ela me deu seu caça palavras e lá estava, SOLITUDE. Velha maldita...

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Tudo o que a luz desenha nos invade pelos olhos abertos, mas são os olhos fechados durante o sonho bom que aprisionam em nossa alma as imagens. No instante entre esses dois tempos, se delineiam os contornos de uma doce juventude, e a beleza se desloca dos corpos femininos para a natureza, da natureza para os objetos cotidianos. As janelas – lentes das casas, obstáculos e convites – também têm sua maneira particular de enxergar: na oscilação contínua entre escuridão e claridade, fornecem sempre ao que está dentro o que lhe falta e levam para fora o que lhe sobra. Toda imagem é uma janela entre olhares. Estevão Azevedo.

V A L E N T I N A.

V A L E N T I N A.