segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O pianista mágico.


Queria, queria eu ser a menina que o pianista tocava.
Seus dedos delicados deslizavam nas costas dela, tão branca e tão suave.
Queria eu ser aquele corpo, queria eu sentir aqueles dedos.
Seria feliz ali deitada eu seu lado, escutando suas histórias ao pé do ouvido.
Dormiria com seus toques em meus cabelos, sonharia com o beijo não concebido.
Queria eu poder ser a menina do pianista, queria por ao menos um dia.
Queria esquecer da noite como fizestes com ela, e esquecer do dia por vir também.
Enxergar sua alma, beijar seus dedos, ficar ao seu lado.
Queria ser a menina do pianista aquela noite...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Traga-me mais chá, por favor.# 4 (Final)


Chegou o grande dia, os convidados, o bolo, o altar...
Tenho que confessar que ela estava linda, mas não eram cabelos loiros que eu avistava no altar e sim cabelos pretos. Eu pensei: “Melhor assim...”.
Satomi tinha um ar mais contemporâneo, usava sapatos bico fino, seu cabelo quase sempre preso, aquele ar de intelectual me seduziu quando a conheci.
Logo após meu termino com N. minha família fez uma festa lá em casa com a desculpa de retribuir umas visitas, mas tudo já estava planejado. Satomi, filha de uma amiga da mamãe. Eu nunca tinha chegado a conhecê-la, só escutava muito sobre ela; de como ela era bonita, de como era trabalhadora....essas coisas que mãe fala pro filho ficar interessado na moça e casar logo.
O fato é que ela era de fato uma pessoa agradável, muito educada e tinha um ar libertino diferente de todas as orientais que eu já havia conhecido, com isso eu deixava de ver a pobre mulher de baixa estatura trabalhando na cozinha e servindo meu chá. Eu gostei dela, de verdade.
Começamos a sair e acabamos em um namoro, que acabou em um noivado, e tudo isso em 8 meses. Eu sei que o tempo foi curto, mas tudo já estava pronto. Nós tínhamos um trabalho e dinheiro pra comprar nosso lugar, então a minha família e a dela falavam: “ O que estão esperando? Se casem e sejam felizes de uma vez.”
Fiquei sabendo que N. foi ao meu casamento, nem cheguei a vê-la. Quando me disseram isso eu fiquei um tanto quanto surpreso, pois ela jurou que nunca mais queria ver meu rosto depois que acabamos.
É intrigante, será que ela ainda me amava?Será que não tinha conseguido me esquecer depois de 1 ano?
O fato é que isso até me perturbou, porque por mais que eu tivesse longe dela eu tinha vontade de conversar com ela, de ver seus olhos novamente.
Mas que pensamento mais inadequado para um homem que agora é casado, então eu me proibi de pensar nela.
A vida de casado era agradável, Satomi chegava do trabalho na mesma hora que eu, nós fazíamos nosso jantar, assistíamos filmes, escutávamos música, riamos o tempo todo, eu amava aquela mulher. Todos estavam felizes com ela, minha mãe vinha me visitar todos os finais de semana, ela dizia que se não fosse por ela eu nunca teria casado com uma pessoa tão maravilhosa, que eu tinha que agradecer todos os dias pela mulher que eu tinha.
Eu já não esperava a hora de ter meus filhos, eu falava com Satomi e ela meio que desviava do assunto sempre; eu compreendia.
Três meses de casamento, é dizem que o começo sempre é bom e foi muito bom.
Uma noite após o trabalho eu cheguei e reparei que ela não havia chegado ainda, eu liguei pra ela.
_T. , não se preocupe. Estou com a mamãe fazendo comprar, vou chegar um pouco mais tarde.
Eu fui preparar o jantar, resolvi fazer uma pizza. Quando dei por mim não havia tomates na geladeira e eu fui logo atrás de algum lugar pra comprar.
Eu estava saindo do supermercado quando eu avistei seu carro do outro lado da rua, de frente a um restaurante chamado “La bella luna”. Eu me aproximei e vi que realmente era o carro de Satomi, então eu entrei no restaurante e lá estava ela.
Enquanto o garçom corria atrás de mi perguntando se eu havia feito alguma reserva eu me direcionava a ela, quando eu fui me sentar a sua frente um loiro puxou meu braço e falou:
_ Ei cara, ela está comigo.
Eu tirei sua mão do meu braço, coloquei a sacola de tomates na mesa e falei:
_ Você? Logo você? Fazendo isso comigo! Você não tem vergonha!!?
_ Eu posso explicar T.!!! Se acalme!
_Você não precisa escutar, eu tenho olhos, eu vejo!
_ Algum problema cara!?!
_ Ela é minha mulher seu idiota!
_ Calma D. ele é meu marido.
_Eu quero que vocês dois moram! Como eu sou idiota...como fui gostar de você...
Eu sai do restaurante com a sacola na mão, joguei ela pela janela e fui sem rumo...
Eu fui para em uma ponte, eu fiquei lá pensando por horas...
“Como eu não percebi? Como eu deixei isso acontecer?”
Eu sentei no carro e acabei adormecendo por lá mesmo. Com o calor da manhã eu acordei ensopado na beira da estrada, eu fui pra casa com esperanças de quem tudo aquilo havia sido um sonho estúpido e que tudo estaria bem.
Quando cheguei lá tudo estava bagunçado, ela havia levado tudo que era dela, roupas, sapatos, seus perfumes...
Nenhuma carta ela me deixou, ela me abandonou da pior forma que alguém pode ser abandonado.
O telefone tocou naquele sábado de manhã e eu atendi com vontade de que fosse alguma operadora de celular, tele marketing, qualquer pessoa que não fosse me perguntar onde estava Satomi.
_ T., como estão as coisas ai? Estava pensando em passar ai mais tarde com seu pai.
_ As coisas estão bem, vou te esperar aqui.
Eu não consegui falar a verdade, um nó estava feito na minha garganta e então eu chorei, chorei como criança em meio daquelas roupas jogadas no quarto.
Eu peguei o telefone e liguei pra minha mãe.
_ Mãe?
_T., nós já estamos saindo daqui. Acalme-se!
_ Ela me deixou mãe...Satomi me deixou...
_O que T.? Que insanidade é essa que você está falando?!
_Isso que você acabou de escutar, eu não tenho mais uma esposa.
_ Estamos a caminho, me espere. Fiquei longe do saquê, das facas e das janelas.
Minha mãe entrou com meu pai pela porta que já estava aberta esperando por eles. Eu estava jogado no chão fumando meu cigarro e olhando pro teto.
_ O que você fez pra ela T.? A traiu com aquela branquela!?
_ Não mãe, foi ela que me traiu. Foi ela!
Um silencio tomou conta do quarto. Minha mãe se encostou no guarda roupas, meu pai me olhava como se quisesse me abraçar, mas ele não o fez.
Então ele disse:
_ Meu filho arruma suas coisas, vem com a gente pra casa.
Sai com um ar de derrota de casa, com as malas nas costas eu me virei antes de entrar no carro e fiquei olhando para a casa.
_T., entra no carro...
E então eu nunca mais voltei a ver aquela casa de novo.

O chá, oferecido no oriente quando a pessoa está passando por momentos difíceis, momentos delicados. Oferece-se o chá pra amenizar essa dor, com o liquido quente entrando pelo seu corpo. Como eu preciso de um chá...muito chá para esse momento da minha vida.
Fiquei sabendo que N. se mudou pra outra cidade, ela me amava tanto ainda que não conseguia ficar aqui.
Eu queria procurá-la, mas não desse jeito. Um fracasso de pessoa.
“Minha mulher me traiu e foi embora e agora eu quero você.” Não desse jeito, nunca desse jeito.
E se eu tivesse casado com a N.? Será que eu seria mais feliz? Eu acho que sim..
Agora eu vivo por viver, sem amor pra doar, com o medo cravado no meu peito.
Sendo um peso nessa casa, talvez sozinho pro resto da vida...

Foi um prazer contar minha triste história pra vocês, T. Kanashii

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Traga-me mais chá, por favor.# 3 ( Continuação...)


Ao som de moonlight sonata nós nos deitamos na cama e ela disse:
_ T., Você me ama agora? Não precisa ser amanhã nem depois, mas você me ama agora? Nesse momento?
_ Eu amo agora, e amo com um amor que nunca senti antes. Você tem as mãos mais bonitas que eu já toquei, e esses seus cabelos loiros com cheiro de lavanda me fazem te amar ainda mais; eu poderia morrer por você agora...
Ela me beijou o rosto devagar, como se tivesse prestes a me perder, como se aquele fosse nosso ultimo beijo. Ela se ajeitou ao meu lado, os nossos corpos nus. Seu cabelo jogado no meu peito, eu ficava a segurar as mãos dela e observava cada detalhe.
_ T.? Você está acordado?
_ Estou aqui, pode falar.
Acompanhados da luz fraca de uma vela na janela, ela suspirou e disse:
_ Sua família se incomoda com a minha presença não é? Eu percebo que eu não sou a nora que vai te dar os netos que eles querem...
_ Oras, eles não são dotados de alguma vidência para saber se você não é a mulher certa pra mim.
_ Eu não tenho o sangue oriental nas minhas veias T., pra eles isso é o suficiente.
_ Isso pra mim pouco importa, minha cultura eu respeito, mas não posso a deixar tomar conta de mim...não nos dias de hoje. Eu não quero ser como eles dois, entende?
Não quero minha mulher me preparando a comida, limpando o chão onde eu piso. Não quero procurá-la só quando me é conveniente. Eu quero acima de tudo alguém que me ajude, que me dê apoio. Alguém pra dividir as minhas vitórias. Eu não quero fazer parte dessa tradição toda, isso me cansa...

N. minha deusa, que insanidade foi essa que me fez te abandonar?
Por que fui pensar que encontraria mãos mais belas?
O que me fez pensar que eu encontraria alguém melhor?
Queria poder olhar nos seus olhos agora, grandes em comparação aos meus. Queria te dizer de novo: “ Te amo agora...”


T. Kanashii

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Traga-me mais chá, por favor.# 2 ( Continuação...)


Eu vinha caminhando pela rua deserta depois de ter saído do casamento da minha prima Hitomi, eu fumava um cigarro e ficava olhando ao redor para não ser surpreendido por algum ladrão. Aquele foi realmente um casamento bonito, 26 anos é uma boa idade pra casar, ainda me resta 1 ano até que a minha família comece a perguntar dos meus relacionamentos amorosos. 1 ano pra conhecer alguém, me casar e ficar quieto no meu canto como meu pai...
Bom, eu já tenho uma casa, um carro, um emprego. Mesmo que aquela casa esteja vazia ela é minha. Estava tudo lá empacotado... Lembranças de uma vida não tão antiga.
O fato é que eu já havia me casado, já havia sido o grande motivo de felicidade da minha família.
E hoje eu estava a morar com meus pais de novo, não por falta de dinheiro, mas sim por solidão. Mesmo que minha família tão tenha o costume de conversar eu pelo menos tinha alguém para observar, alguém para me preparar à janta. Alguém para me dizer “Okaeri nassai” (Bem vindo em casa.) depois que eu chegasse do trabalho.

Eu vou ficando sonolento com o cheiro de camomila que emana da cozinha de minha mãe, então deixo essa conversa com vocês para outro dia.

Até daqui a pouco. T. Kanashii

domingo, 12 de outubro de 2008

Traga-me mais chá, por favor.# 1



Durante a cerimônia do chá eu observava minha mãe, ela ali sentada no chão distante do meu pai. Parecia que aquele era o momento de paz dela, o momento em que ela podia usar de desculpa por causa das tradições pra ficar um pouquinho quieta ali, pensando na vida. O único trabalho que ela tinha era nos servir o chá, e nós três ficávamos ali parados, sem conversas, só apreciando aquele momento...

Eu me sentia em outra época vivendo naquela casa, a comida sempre nos horários certos, o som do geta da minha mãe batendo no assoalho de madeira, o cheiro do incenso de Pau Rosa, Âmbar e Canela, as pinturas do shogunato espalhadas pela casa, as katanas do meu ditchan na sala principal; e quando eu pisava o pé fora de casa eu via outro mundo.

Mas vamos aos poucos, não quero me apressar...
A história é longa e o tempo também, então pegue uma xícara de chá e me aguarde um momento.

Prazer, T . Kanashii

domingo, 5 de outubro de 2008

Escapismo injusto que me ilude...


Nem Pasárgada me aceita mais por lá.

Lá fiz coisas tão errantes que me exilaram daquele lugar.

Rei nunca fui, mas ainda ouso sonhar.

Antes ilusão do que solidão, assim me ponho a pensar...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Uma falta de assunto com um esclarecimento de uma dúvida cruel.

Os pinheiros são árvores pertencentes à divisão Pinophyta, tradicionalmente incluída no grupo das gimnospérmicas. Este artigo se refere apenas às Plantas do género Pinus, da família Pinaceae.

Pinheiros:



Eucalipto
(do grego, eu+ καλύπτω = "verdadeira cobertura") é a designação vulgar das várias espécies vegetais do género Eucalyptus, ainda que o nome se aplique ainda a outros géneros de mirtáceas, nomeadamente dos géneros Corymbia e Angophora. São, em termos gerais, árvoress e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceania, onde constituem, de longe o género dominante da flora. O género inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo apenas um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné e Indonésia, mais uma espécie no norte das Filipinas. Adaptados a praticamente a todas as condições climáticas, os eucaliptos caracterizam a paisagem da Oceania de uma forma que não é comparável a qualquer outra espécie, noutro continente

Eucaliptos:

*Fontes: Wikipédia, e conhecimentos natalinos.
*Dúvida cruel: Diego( Rábula)
*Você nunca mais irá confundir pinheiros e eucaliptos agora.
*Post trash feito!
* Seja felisssssss auha, pq eu não sei comofas/

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Recados amáveis para a querida Dama.#2


Ódio? Quem me dera ter ódio de você, é algo muito maior que me consome.

Como você consegue ser tão falsa?Como você consegue ter amigos?Como você consegue acordar e se ver no espelho?Como você consegue acreditar que Deus vai perdoar todas as suas falhas?Como vou consegue FINGIR?

Como é que você consegue viver com a sua família?Como é que você consegue trair a melhor amiga?Como é que você consegue passar por cima de todos e se sentir bem?

Como é que você se julga superior aos outros por causa de uma religiãozinha?Como é que você acredita que Jesus te ama mais que ou outros?

Me diz ai vai?

Como é que é se olhar no espelho e sentir vergonha de quem você é?

*Apenas pensamentos concebidos de muito ódio, não se assustem.

V A L E N T I N A.

V A L E N T I N A.